RESUMO:
Nesta obra,
Émile Durkheim propõe uma investigação acerca da origem da dualidade da
natureza humana expressa na imagem do homem como um ser dividido em corpo e
alma, uma divisão constitucional que isola e opõe dois mundos distintos. De um
lado estão os apetites sensíveis, egoístas que se referem a nossa
individualidade; de outro as atividades do espírito, como o pensamento
conceitual e a ação moral, necessariamente universalizável, com fins impessoais.
A partir desse dualismo, Durkheim apresenta a chave para o entendimento do homo duplex (expressão do próprio Durkheim), a constatação de um duplo centro de gravidade da vida interior. Esse dualismo da natureza humana em corpo e alma, como realidades opostas presentes num único ser, também se constata na vida psíquica. A nossa vida interior apresenta estados de consciência opostos, não apenas por suas origens, mas também por suas propriedades. Há em todos nós dois seres que se opõem e que nos constituem.
A partir desse dualismo, Durkheim apresenta a chave para o entendimento do homo duplex (expressão do próprio Durkheim), a constatação de um duplo centro de gravidade da vida interior. Esse dualismo da natureza humana em corpo e alma, como realidades opostas presentes num único ser, também se constata na vida psíquica. A nossa vida interior apresenta estados de consciência opostos, não apenas por suas origens, mas também por suas propriedades. Há em todos nós dois seres que se opõem e que nos constituem.
A
individualidade é representada em nossa vida psíquica através de nossas
sensações, nossos apetites, nosso egoísmo, ela só depende de si própria para se
satisfazer. Mas há também em nós algo que ultrapassa nossa individualidade, que
faz com que cada um de nós se afaste dos instintos e das inclinações do corpo,
em nome de algo impessoal, que “exprime outra coisa que não nós mesmos.”
(Durkheim, 292, 1970).
Para
responder essa questão, Durkheim primeiramente analisa as explicações
existentes acerca desse dualismo, (o monismo empírico e o idealista)
demonstrando que elas apenas tratam o problema de maneira aparente. Enquanto o
empirismo coloca a experiência sensível como fonte de todo o conhecimento, como
origem dos conteúdos da atividade intelectual, o idealismo despreza a realidade
sensível em nome de uma suposta superioridade das idéias, que são perfeitas e
infinitas. Essas duas correntes filosóficas não respondem a questão sobre a
coexistência de realidades opostas em um único ser. Assim como também a teoria
kantiana, que para Durkheim, também não resolve o problema do dualismo da
existência, pois propõe o dilema em outros termos, mas não o encerra. Para Kant
esse dualismo está fundado na existência simultânea de duas faculdades
distintas, sensibilidade e razão, que dão conta respectivamente do particular e
do universal.
Voltando
ao problema em questão, como explicar a origem no mesmo ser de atitudes
contrárias, o método sociológico, apresentado por Durkheim, se apresenta com
maior razoabilidade. Para Durkheim, essa constituição psíquica, assim como
nosso organismo, é produto de uma gênese que seria o social. Assim, o espírito
humano é comparável aos outros fenômenos observáveis e pode ser analisado como
uma coisa, objetividade. Esse dualismo, segundo o sociólogo alemão, seria uma
espécie de particularidade da divisão do mundo das coisas em sagradas e
profanas, que podem ser verificadas na base de todas as religiões e, deve se
explicar segundo os mesmos princípios.
Há
uma hierarquia entre as funções psíquicas que colocam a alma numa instância
superior ao corpo. As coisas sagradas possuem autoridade que se impõe sobre as
vontades individuais. Elas são ideais coletivos e são investidos, devido a sua
origem, de uma autoridade diante dos indivíduos que as pensam e que neles
acreditam, são representados sob a forma de forças morais que os dominam e que
os apóiam. Quando estes idéias impelem a vontade individual, o indivíduo se
sente conduzido, arrastado, dirigido por energias singulares que, não vem dele
próprio, mas que são impostas, posteriormente respeitadas, devido ao
reconhecimento e o conforto que elas traduzem. Esses mesmos ideais coletivos
interligam os homens, através dessa operação psíquica entre pluralidade de
consciências individuais numa consciência comum. Ideais coletivos ou
representações coletivas se constituem encarnando-se em objetos materiais,
coisas, seres de todas as espécies, que os traduzem exteriormente e os
simbolizam. É através desse processo que a comunhão entre as consciências se
dá.
Para Durkheim, esse despertar de forças morais, que são respeitas, temidas, procuradas como forças benéficas, são colocadas num plano diferente daquelas, que são vulgares e que interessam apenas a nossa individualidade física. São ideais produtos da vida coletiva e só existem nas consciências individuais, quando são organizadas de maneira duradoura.
Para Durkheim, esse despertar de forças morais, que são respeitas, temidas, procuradas como forças benéficas, são colocadas num plano diferente daquelas, que são vulgares e que interessam apenas a nossa individualidade física. São ideais produtos da vida coletiva e só existem nas consciências individuais, quando são organizadas de maneira duradoura.
Durkheim viveu os anos 70? 1970?
ResponderExcluirJumento! Jesus viveu bem até hoje pra ter uma bíblia de 2019.
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